quinta-feira, 24 de maio de 2012

Câncer? Não. Sou de gêmeos mesmo!


Boa tarde, people!
Amanhã faço mais um MTX e resolvi dar uma olhada no meu Protocolo de Tratamento, o GCBTO. Assim, como quem não quer nada, fui lá conferir quantas QTs exatamente ainda me faltam... hehehehe!
No entanto, outra coisa me chamou mais atenção: os números do osteossarcoma no Brasil. Coloquem reparo na epidemiologia e vejam como vim parar aqui:

Osteossarcoma: fatores epidemiológicos

1. Mais comum tumor ósseo maligno em crianças
Comments: Desde o primeiro diagnóstico, eu já não era mais nenhuma criancinha... façam idéia agora.

2. Idade-pico na adolescência, no estirão puberal
Comments: Também não sou mais uma adolescente e acho que nem passei pelo estirão... meus quase 1,50m não conheceram esse tipo de evento.

3. Mais frequente em meninos e negros
Comments: Sou menininha branco-amarelo-pardo.

4. Sítios mais frequentes são os ossos longos em rápido crescimento:
Fêmur distal
Tíbia proximal
Úmero proximal
Comments: Primeiro tive um diagnóstico na mandíbula... osso curtinho, curtinho. Depois, em uma vértebra na coluna lombar.

5. Tratamento multidisciplinar com quimioterapia neoadjuvante e cirurgia melhoram os índices de cura em 60-70%.
Comments: Não farei cirurgia. A expectativa é de que quimio e radio dêem conta do recado e espero eu que o índice de cura seja 100%... hehehe!

Agora a pergunta que não quer calar: como esse tumor veio parar em mim? O que está fazendo aqui? Isso não me pertence, nunca me pertenceu... hehehehe! De uma vez por todas, sai de mim, osteossarcoma... hehehe!


Mas se a vida me propôs viver esse desafio, fazer o que, não é? Há situações em que, infelizmente, não temos muitas alternativas. É enfrentar mesmo, com a cara e coragem. Daqui uns dias, a radioterapia começa e vamos que vamos. Assim que estiver tudo certo, volto para contar para vocês essa nova fase. Reta final cheia de emoções.

Bjo, bjo, bjo.

domingo, 13 de maio de 2012

Amor de mãe

Hoje é dia das mães. Hoje? Somente hoje? Claro que não. Mãe é para todos os dias, todas as horas, todas as situações. No entanto, se o segundo domingo de Maio é destinado a celebrar a vida delas, não há motivos para não fazê-lo.
Reza a lenda que a mais antiga comemoração ocorreu na Grécia antiga, onde os povos celebravam Reia, a mãe dos deuses. Várias são as histórias que justificam a especificação desse dia e diferentes são os dias em que muitos países resolveram colocá-lo no calendário. Mas isso não vem ao caso agora. Quero mesmo é falar da minha mãe.
Ela foi e é a pessoa que mais sofreu e tem sofrido com isso tudo que tem me acontecido. E, em contrapartida, é também o ser que consegue acalmar meu coração mesmo quando o dela bate mais forte que o meu. Minha mãe pouco sabe de medicina, mas entende tudo (ou quase tudo) de quimioterapia, remédios, alimentos que aumentam a imunidade, fatores de risco para infecção e por aí vai.
O trabalho dela ao meu lado é comovente e não pensem que isso tem ocorrido somente agora... só porque estou com câncer. Minha mãe é uma incansável quando o assunto é minha felicidade, a de Lucas e Maria Theresa. Lembro-me quando éramos crianças e ela passava horas nos ensinando as tarefas do colégio, preparando nosso alimento, arrumando nossas coisas. Muitas vezes, era tarde da noite e ela estava lá fazendo suas atividades porque havia passado o dia inteiro se dedicando a nós, suas crias amadas. Vivemos no aconchego da sua proteção durante anos, até criarmos asas e alçarmos nossos próprios vôos. O tempo passou, crescemos, ficamos cada dia mais independentes, mas jamais deixamos de ser os filhotes dela.
Hoje, mais do que nunca, vivo sob a tutela da minha mãe... Junto com meu pai, ela tirou licença de seu trabalho para se dedicar inteiramente a mim. E não tem feito feio. Por mais que eu seja maior de idade, por mais que consiga me virar sozinha, por mais que assuma meus próprios atos e por mais independente que seja, sem ela agora seria impossível.
Mãe, obrigada por tudo... porque, sem clichê, além da vida, você me deu vida. Só eu sei como é bom ter você para afagar minha cabeça, fazer minha vitamina pela manhã, pegar-me no colo e me ninar quando o dia está mais escuro que a noite. Quando estou lá na sala da Verinha procurando uma veia, sei que você sofre mais que eu, que levo as furadas. Quando estou cansada, sei que você me daria todas as suas forças físicas se pudesse. Quando penso em desistir, você se vira, mas me dá coragem para seguir em frente. 
Obrigada por ter me ensinado a respeitar o próximo, por ter me dado educação, por ter pago meus cursos, por ter comemorado como ninguém quando passei no vestibular, por ter me ensinado a cozinhar, por ter me dado exemplos que jamais esquecerei. Obrigada, até mesmo, pelos puxões de orelha que, por sinal, não foram poucos. No entanto, hoje vejo que aquelas lágrimas derramadas nos castigos me fizeram uma pessoa que aprendeu a ter limites, coisa rara em muitas crianças nos dias de hoje.
Obrigada pela família que me deu... e pelo exemplo de casamento que você e dad nunca deixaram desabar. Obrigada pelos meus irmãos... por sermos pessoas dignas e unidas. Sem seu carinho de mãe, aquele tão fascinante e que nunca se esgota, talvez não seríamos assim.
Obrigada pelo seu imenso amor... um amor que não mede esforços para me vir bem, curada, feliz. Seu amor é mais forte que qualquer quimioterapia e o melhor: não é mielotóxico! Fique sempre perto de nós... com seus dramas, com suas virtudes e defeitos, tornando tudo mais fácil.



Mãe, e se agora alguém me perguntar em qual lugar mais gosto de estar, não terei a mínima dúvida em dizer que é dentro do seu abraço... que é sempre quente e seguro. Nele, não ouço o tic-tac dos relógios e, se faltar luz, ele fica ainda melhor. Toda dúvida, sofrimento e tristeza se dissolve quando estou envolvida em seus braços... assim como fazia quando eu era pequenina.
Amo você.

Bjo, bjo, bjo.

sábado, 12 de maio de 2012

Finitude

Até há algum tempo, eu jamais imaginei que um dia poderia viver tantas experiências como tenho presenciado hoje. Emoções de todos os tipos, que deram uma freiada em minha vida, fazendo-me entender que, nem sempre, o airbag se abre na nossa frente. Tive uma semana difícil, não só em razão das minhas veias terem hibernado, mas porque presenciei situações que arrancaram lágrimas até dos olhos mais resistentes. E, além das lágrimas, momentos que nos levam a refletir sobre tanta coisa que mal sabemos por onde começar.
Dois anjos lindos, Júlio e Carol, bateram suas asas e voaram livres para o céu nessa semana. Crianças que mal tiveram tempo de brincar de boneca ou carrinho porque precisavam ir para a quimioterapia ou a outros compromissos que um tratamento oncológico exige. No entanto, mesmo com todas as pedras dos seus caminhos, eles passaram por muitas delas correndo, sorrindo, tendo coragem ou medo... um exemplo para lá de gigantesco. Tenho procurado entender tudo isso, mas, de verdade, é muito difícil você vir uma vida tão linda sendo ceifada dessa maneira e ainda assim ficar com o coração conformado.
Diante de tudo isso, me perguntei várias vezes qual o sentido dessa nossa vida, qual o valor que ela tem, o que, realmente, nos importa e o que devemos levar dela quando nossa hora de voar for inadiável.
Há algum tempo, fui apresentada a um texto fantástico que, antes mesmo disso tudo acontecer, já era um mandamento para mim... imaginem agora. Todavia, ontem, o reli como nunca havia feito... com os olhos e coração muito fragilizados pela já saudade dos meus amigos que se foram. Mais uma lição capaz de quebrar algumas regras do manual de instrução que recebemos logo nos primeiros anos de nossa existência. Leia e viaje nessas palavras:

Finitude 

O finito se expressa quando dou conta da existência de milhões de pessoas que jamais irei conhecer.

Para muitos, a finitude humana pode ser percebida pelas rugas que se multiplicam a cada ano no espelho, pelo vocabulário que soa inadequado ou pelo simples tique-taque do relógio pendurado na parede da cozinha. A finitude humana pode, ainda, ser detectada pelos filhos que crescem e pelos netos que nascem. A mim, a finitude se apresenta todo santo dia numa parada de ônibus, numa ciclovia, no balcão de um posto de informações. Meu carro passa veloz por uma rua e vejo um homem esperando o transporte que o levará de volta para casa. Um homem qualquer, que eu olho uma única vez e nunca mais tornarei a enxergar. Nunca mais rever é uma pequena morte.

Uma garota passa por mim de bicicleta. Mal tenho tempo de reparar se é morena ou ruiva, se sua mochila é grande ou pequena. Mas foi uma garota percebida por minha retina, que cruzou minha vista e minha vida por breves segundos, e para nunca mais. Assim como o homem que me atende atrás de um balcão, que fala comigo – fala comigo! –, me sorri e tira minha dúvida, e num instante lhe agradeço e viro as costas, e jamais saberei se ele é um profundo conhecedor da obra de Nietzsche ou um rapaz perturbado pela falta da mãe ou ainda um boçal que nas horas vagas depreda orelhões. Ele existe ou não existe para mim? Não existe.

Finitude eu sinto quando me dou conta da existência de milhões de pessoas que eu jamais irei conhecer, com as quais jamais irei conversar e interagir. De todas as que poderiam me ensinar a ser mais tolerante, de todas as que poderiam me fazer rir, de todas as que eu poderia amar ou desprezar, sofrer por elas, esforçar-me por elas, crescer através delas. Finitude eu sinto quando cruzo um olhar que não me ficará nem na memória, pois não há tempo para lembranças efêmeras. Uma vez ensinei uma menina, na beira da praia, a reconhecer as letras do próprio nome, e já não lembro que nome era esse e que menina era aquela. Nem ela de mim sabe nada. Uma cena começa e termina sem continuidade: finitude. Neste instante enxergo um senhor debruçado sobre uma varanda, olhando o movimento. Ele espia a vida dos outros, que nunca mais reverá. Eu olho para esse singelo voyeur, que daqui a instantes também desaparecerá para sempre de minha atenção. No entanto, um ser humano é o que há de mais rico. Uma vida é o que há de mais original. Surgem e nos atropelam tantas vidas, tantas pessoas para sempre inacessíveis, desperdiçadas em seu talento, em seu potencial transformador, em sua capacidade de nos emocionar. A esmagadora maioria delas passa e não fica, são flashes do olhar. Agarremo-nos, pois, às que ficam, permanecem, são reconhecíveis pelo nome e pelo trajeto percorrido em nós. Aproveitemos o material humano de que dispomos: família e amigos e amores. Escassos, raros e profundamente necessários.
Martha Medeiros
 
 
 
 
Portanto, VIVA o agora, viva mesmo, com toda intensidade e força, com tudo que você tem direito... não apenas brinque de existir. Abrace quem está ao seu lado, beije, chore, emocione-se com suas vitórias, assista a um filme junto de quem ama, tenha uma tarde incomum num dia comum, ligue tarde da noite (alô, Luciano?). Jamais saberemos quando isso tudo será interrompido e como será. Valorize quem está ao seu lado (ao seu lado!!!)... ame, apaixone-se, grite, sorria, declare-se, estude e tire 10 na prova, aprenda a falar outra língua... dê a você e aos outros o prazer de viver e conviver. Nossa vida é uma só até que se prove o contrário. E essa é a única chance de sermos felizes, assim como fizeram Júlio e Carol, apesar de tudo. 
Bjo, bjo, bjo.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Vamos subir, hemoglobina!

Nesta semana vivi uma avalanche de emoções... Na terça-feira, tive consulta para planejamento de um novo ciclo de quimioterapia e início da radioterapia. Uma consulta normal, como estou acostumada a fazer nesse dia da semana.
Entretanto, meu hemograma estava uma pobreza só. Plaquetas baixas, leucócitos mais ou menos (Granulokine e seus efeitos fantásticos, por onde andou em meu corpinho?), hematócrito deplorável e hemoglobina... aaahhh, minha hemoglobina: 6! Isso mesmo... 6... uma verdadeira tragédia. Nesse momento, entendi o motivo da frequência cardíaca de 175239 batimentos por minuto, a fraqueza nas pernas ao subir meio lance de escada, tontura e sensação iminente de desmaio. Tudo isso junto e misturado. Resultado: quimio adiada e, de quebra, 2 bolsas de sangue para me levantar, definitivamente, desse estado "Jeca Tatu".
Mais uma vez, precisaria de uma veia, aliás, de um veião para transfundir. E aí... OMG! Coitada de Verinha... hehehe! Contando com a ajuda mega especial de Ju Pepe, bingo! De primeira, ela conseguiu um acesso e, na terça mesmo, comecei. Com muito custo, depois de 4 horas, 80% da primeira bolsa desceu, vencendo o prazo.
Como já era tarde da noite na terça, a segunda bolsa ficou para ontem. Óbvio que guardei o acesso, mesmo sabendo que ele já tinha dado todos os sinais de falência. Não foi diferente... na hora de lavar o acesso, veio aquele choque e "splash"... adeus, veia! Aí começou um dos maiores dramas que vivi no GRAACC.
Após inúmeras tentativas (inúmeras mesmo, sem drama), depois de Verinha pegar muita veia excelente e ela estourar, depois de Ju e Ana também tentarem, depois de quase 3 horas de tentativas frustradas e depois da decepção e desespero de todo mundo e dos meus braços não oferecerem mais nenhuma opção, não restava mais nada a fazer. Chorei, mãe chorou, pai ficou calado... as meninas da enfermagem não sabiam nem o que dizer. Todos esgotados.
Por fim, a médica plantonista me mandou para casa, depois que meu exame apontou uma subidinha da hemoglobina (não foi lá aqueeeela subida), mas foi o suficiente para eu ficar menos taquicárdica e mais animada, sem a sensação de ter corrido uma maratona inteira quando, na verdade, dei dois passos.
Hoje, Dra. Carla (ela, sempre ela), com toda tranquilidade do mundo, com seu olhar sereno e confiante, me liberou da segunda bolsa. E não pensem que foi uma atitude irresponsável dela... muito pelo contrário. Carla Renata Macedo sabe muito bem o que faz e não houve, até hoje, um momento em que suas decisões não fossem certeiras. Adoro demais. Quero ser assim quando crescer.
Estou bem, aliás, estou ótima. A notícia de que eu não precisaria da segunda bolsa de sangue foi recebida com muita felicidade (haja coração) por todos. Alegria geral... hehehehehe! Com beijos e abraços. Porque caso contrário... aiai! hehehe... Tome de picadas infrutíferas!
No entanto, quero deixar registrada aqui a imensa gratidão que tenho pela equipe de enfermagem do GRAACC. Uma equipe que, apesar de dispensar comentários, não vou deixar de fazê-los.
Sempre acreditei que, quando uma pessoa se dispõe a fazer algo, ela tem que realmente entrar no jogo. E eu vejo isso todos os dias no hospital. As meninas da enfermagem entram no clima mesmo... porém não é no clima ruim de um hospital do câncer. Pelo contrário... para ser bem sincera, é difícil você lembrar que está gravemente doente quando é recebido às 6 da manhã com um sorriso no rosto, com um abraço sincero, com um olhar que cura. Ontem fiquei emocionada com o carinho delas... minhas enfermeiras queridas, que me fizeram chorar de gratidão ao final de um dia difícil. Muito mais que enfermeiras, elas são minhas amigas, pois torcem por mim e se alegram com minhas vitórias como se fossem delas também. Se eu sofro, elas sofrem e ontem, tenho certeza, se alguma delas pudesse, me doaria a melhor veia que tem. A quimioteca é um ambiente que tem de tudo para ser triste, mas é super feliz... e isso se deve à elas, sem sombra de dúvidas, pois fazem questão de serem agradáveis. Tenho aprendido muito nesses meus dias a ser um pouquinho melhor. E tenho tido mestres incríveis.



Não importa a situação: saiu de casa, esforce-se! Não precisa virar um mestre nesse quesito, mas ao menos agracie seus semelhantes com um sorriso. Não dói. Dentro da igreja, ajoelhe-se. No estádio de futebol, grite pelo seu time. Numa festa, comemore. Durante um beijo, apaixone-se. De frente para o mar, dispa-se. Reencontrou um amigo, escute-o.
Ou então faça de outra maneira: dentro da igreja, escute-O. Durante um beijo, dispa-se. No estádio de futebol, apaixone-se. De frente para o mar, ajoelhe-se. Numa festa, grite pelo seu time. Reencontrou um amigo, comemore.
Enfim, seja mais um a colaborar para melhorar um pouco a vida do outro e a sua própria.

Bjo, bjo, bjo.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Além do horizonte

Muitos aqui já escutaram e ouviram "Além do horizonte", belíssima canção de Roberto Carlos. Entre outras frases espetaculares, considero esta bem especial: "Lá nesse lugar, o amanhecer é lindo, com flores festejando mais um dia que vem vindo...".  Certa vez, fiquei pensando se esse lugar realmente existia e como deveria ser bom viver lá, com tanta paz e harmonia... como deveria ser incrível desfrutar de toda essa felicidade. E desejei muito estar lá, juntamente com quem amo. Viajei, em pensamento, para esse paraíso e resolvi "esperar" por esse dia, como se isso encerrasse um processo e iniciasse outro ao mesmo tempo... tipo uma passagem, um "prêmio" em retribuição aos infortúnios da existência.
No entanto, os últimos acontecimentos da minha vida têm me mostrado que esse meu pensamento é totalmente frágil e surreal. Durante muitos anos, fiquei à espera desse lugar e só agora descobri que ele já existe para mim, para você, para todos nós. Existe e é palpável por meio de pequenos momentos de alegria que acontecem em praticamente todos os dias. O problema é que sempre esperamos coisas muito grandes acontecerem para aí falarmos que estamos, de fato, realizados e plenos. 
Foi em meio ao furacão da doença e do tratamento que aprendi que posso viver além do horizonte mesmo estando fazendo quimioterapia e vivendo no limite entre vida e a morte. E você também pode e, para isso, não precisa estar doente. Tenho tido dias incríveis porque comecei a entender que um dia feliz é aquele em que você pode acordar e olhar o sol radiante, pode tomar um copo dágua, pode comer e sentir o sabor das coisas, pode olhar para quem ama, pode abrir os braços e dar um abraço gostoso (tipo malwee), pode sorrir e chorar, pode viver todo tipo de emoção.
Semana passada estive mal... Granulokine, mucosite, desânimo, irritabilidade. Vi minhas "férias" escaparem das mãos feito areia, mas mesmo assim procurei meu horizonte. Desde que descobri que posso ser pelo menos um pouquinho feliz cotidianamente, isso tem sido um exercício para mim. Fiquei arrasada (no sentido mais exato da palavra) durante uns 7 dias, mas, ao mesmo tempo, recebi tanto amor das pessoas que estavam comigo que consegui perceber a "piscadinha" da felicidade. Ela estava lá... tímida, é fato, mas a cada abraço do meu irmão e a cada olhar carinhoso dos meus pais, eu sentia o coração bater mais forte e aquela onda de paz e alegria invadia minha alma, apesar de tudo. Até as lambidinhas dos meus cachorros eram demonstrações irrefutáveis de carinho. E, quanto mais as pessoas demonstravam amor por mim, maior era minha vontade de reconhecer e sentir que esses dias também podem ter algo bom. Confesso que nem sempre ando conseguindo ver pelo menos um raiozinho de sol em dias nublados. Há períodos em que o tempo fecha mesmo, não permitindo nem aos mais otimistas e felizes serem exemplos a se seguir. Todavia, se não aprendermos a encontrar prazer em situações aparentemente comuns, vamos nos acostumar a condicionar a felicidade sempre à situações novas: "Fui promovido", "Engatei um novo amor", "Contemplei uma bolsa de estudos", "Fui ganhador da mega sena" e por aí vai... O problema é que novidades envelhecem e, assim, criamos um ciclo vicioso em que as doses do inusitado precisam ser cada vez maiores para sermos felizes.
Exigimos muito da vida, mas pouco fazemos para reconhecer o que ela nos proporciona. Exigimos das pessoas, mas esquecemos que nós próprios somos os grandes modificadores da nossa alma. Exigimos da sorte um papel que não cabe a ela. Exigimos da felicidade algo que ela nos dá e, cegos, não reconhecemos. Enfim, adoramos exigir tudo, mas detestamos reconhecer pequenos horizontes. O que nos importa mesmo é o faraônico.
A partir de agora, quero encontrar nos pequenos detalhes motivos para me alegrar com o dia de HOJE. Presente... momento único das nossas vidas em que temos a oportunidade de sermos melhores e mais felizes. Se pensarmos bem, é a única garantia que temos... sabemos quase nada do amanhã, muito embora não possamos deixar de pensar também nele.


"Uma nuvem não sabe porque se move em tal direção. Sente um impulso... É para este lugar que devo ir agora. Mas o céu sabe os motivos e desenhos por trás de todas as nuvens, e você também saberá, quando se erguer o suficiente para ver além dos horizontes."
Richard Bach

Bjo, bjo, bjo.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Muito frio? Chocolate quente...

Boa noite, people!
Aqui em São Paulo as temperaturas baixaram geral e o frio está de cortar. De dia, 12 graus, e, agora à noite, sensação térmica de 6 graus na rua. Quem resolveu dar um passeio no feriado sentiu na pele (literalmente) o efeito das massas de ar frio que resolveram fazer uma visitinha por aqui... hehehehe!  E olhem que não é inverno... Estamos um pouco longe disso. Outono ainda bomba nos calendários...
E o que isso tudo nos lembra? Cobertor, sessão cinema em casa e bebidinhas quentes. E, por isso, chef de cozinha que sou, resolvi passar para vocês uma receitinha delícia que minha amiga Sophia sabe fazer como ninguém: Chocolate Quente! Huuum...
É simples, fácil e você pode até fazer uma super média com seu namorado/marido/companheiro/amigo/família... hahahaha! E, você, que ainda faz quimio ou precisa ganhar peso, tem a doce consolação das calorias a mais... hehehehe!
Vamos lá:

Ingredientes:
  1. 2 xícaras (chá) de leite
  2. 3 colheres (sopa) de chocolate em pó (gosto dos que têm muito cacau, com pouco açúcar)
  3. 4 colheres (sopa) de açúcar (mas eu troco o açúcar pelo mel... mas aí tem qua dar uma maneirada na quantidade porque pode ficar muuuuuuito doce)
  4. canela em pó ou lascas de canela (como preferir)
  5. 1 caixa de creme de leite
Modo de Preparo:

Bata no liquidificador o leite, o chocolate em pó e o açúcar/meu. Despeje em um recipiente, juntamente com a canela. Leve em fogo baixo, mexendo sempre, até ferver. Desligue, adicione o creme de leite e mexa até ficar homogêneo.
Prontinho. É servir e se aquecer!


Bom apetite!

Bjo, bjo, bjo.