quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Simplesmente, divirta-se

Depois de viver tantos altos e baixos e de ter escutado que o sofrimento nos faz crescer, cheguei à conclusão de que não temos muitas saídas diante das adversidades da vida: precisamos aprender a conviver com nossas irrealizações e aproveitar essas "oportunidades" para amadurecer. 
Amadurecimento... estado tão almejado por tantos hoje. Para mim um dos sintomas desse processo é o resgate da nossa jovialidade, só que não a jovialidade do corpo, porque isso só se consegue até certo ponto, mas a jovialidade do espírito, tão mais prioritária. 
Você é adulto mesmo? Então pare de reclamar, pare de buscar o impossível, pare de exigir perfeição de si mesmo, pare de querer encontrar lógica para tudo, pare de contabilizar prós e contras, pare de julgar os outros, pare de tentar manter sua vida sob rígido controle. Simplesmente, divirta-se.
Não que seja fácil. Enquanto que um corpo sarado se obtém com exercício, musculação, dieta e discernimento aos hábitos cotidianos, a leveza do espírito requer justamente o contrário: a libertação das correntes. A aventura do não-domínio. Permitir-se o erro.
Não se sacrificar em demasia, já que estamos todos rumo a um mesmo destino, que não temos todas as certezas se é espetacular. É preciso perceber a hora de tirar o pé do acelerador, afinal, quem quer cruzar a linha de chegada?
Mil vezes a travessia.
Dia desses vi uma mulher revoltada, baixo-astral, carente de frescor, e fiquei imaginando como deve ser difícil viver sem abstração e sem ver graça na vida, enclausurada na dor. Ela não estava me xingando, e sim manifestando sua contrariedade em relação ao universo, apenas isso: odiava o mundo. Não a conheço. Pode sofrer de depressão, ter um problema sério, sei lá. Mas há pessoas que apresentam um quadro depressivo e ainda assim não perdem o humor nem que queiram: tiveram a sorte de nascer com esse refinado instinto de sobrevivência.
Dores, cada um tem as suas. Mas o que nos faz cultivá-las por décadas? 
Creio que muitas vezes nos apegamos desesperadamente a elas por não ter o que colocar no lugar, caso a dor se vá. E então se fica ruminando, alimentando a própria "má sorte", num processo de vitimação que chega ao nível do absurdo. Por que fazemos isso conosco?
Amadurecer talvez seja descobrir que sofrer algumas perdas é inevitável, mas que não precisamos nos agarrar à dor para justificar nossa existência.


Cresça e amadureça!

Bjo, bjo, bjo.

18 comentários:

  1. Amei...
    Daqui pra frente Renatinha, é só curtir...
    Alegria alimenta a alma e nos leva pra mais próximo de Deus e isso é bom...
    Felicidades sempree....
    =]

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    1. Se Deus quiser, chega de sustos, né? hahahaha!
      Bjo, Carol! Felicidades para vc...

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  2. Lindo, Rê! Além do português impecável ( rs ), que ideias e pensamentos lindos!
    É isso! Apeguemo-nos ao que nos faz felizes e saudáveis, de corpo e alma! ;)

    Beijos, Queridinha!

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    1. Liiiiii... fala isso com Eva... kkkkkk!
      Aguarremo-nos somente a isso: o que vale a pena!
      Bjo.
      Te amo.

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  3. Minha bisavó já dizia: "A vida é boa... basta a gente querer! Quem reclama é à toa, pois não sabe viver".

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  4. É... Dizem que os problemas da vida são inevitáveis, o sofrimento é que é opcional. É sempre mais fácil a análise ex-post, quando a tormenta já foi embora e vc se lembra de tudo sentado à sua poltrona preferida. Mas quando se está dentro do olho do furacão, em geral, se não tiver alguém mais forte que vc pra te segurar, ele te leva. Esse "alguém" pode ser muita coisa. Pode ser sua família, pode ser seu amigo, pode ser seu médico, seu psicólogo, seu marido, seu namorado, seu filho, seu Deus, sua filosofia, enfim, não importa. Importa o apoio. Talvez essas adversidades sirvam justamente para nos lembrar de quanto fracos nós somos e de como sozinhos não conseguimos nos manter em pé. Quem sabe da próxima vez não reclame tanto de décimos tirados da sua nota final. Beijo.

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    1. Ok, Helcio... não reclamo mais dos décimos tirados... hahahaha!
      Adorei o comentário.
      Bjo.

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  5. Querida Renata,
    nos permita chama-la assim.
    Nos somos os pais do Luciano Carneiro - lucianocarneiro.blogspot.com.br - e ontem recebemos sua mensagem dentro da postagem "SONHO DE SER MÉDICO, UM SONHO DE CRIANÇA" de 25/dez/2010(http://www.lucianocarneiro.blogspot.com.br/2010/12/sonho-de-ser-medico-um-sonho-de-crianca.html), e ficamos muito emocionados com suas palavras a seu respeito, e sensibilizados também por seu exemplo de vida que nos trouxe lembranças sobre ele. Nos identificamos muito com você, e gostaríamos de estar de alguma forma próximo de você, para tanto, segue meu email para um contato mais pessoal.
    Que Deus continue a abençoando sua vida ricamente.
    Sissi e Orlando Alves Carneiro Júnior
    Goiânia, Goiás.

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  6. Obrigada, Orlando e Sissi... quero muito conversar com vcs. Me passem o e-mail para mantermos contato. Não achei na mensagem que vcs me mandaram... Agradeço o carinho e o comentário aqui no blog.
    Abraços.

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  7. Renata, esses seus textos são uma lindeza e me emocionam sempre. Nao precisamos passar por todas as coisas para aprender algo delas. Essa é uma graça humana, de aprender dos outros tb, de se colocar no lugar do outro, de ampliar nossa humanidade pelo q vem do outro. De vc tenho ampliado a dimensão do meu "refinado instinto de sobrevivencia" (adorei essa sua expressão). E torcendo sempre: pela sua saúde, pela sua felicidade e pelo seu próximo texto. bj! (Valéria Aranha)

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    1. Valéria, que super linda sua mensagem... ler essas coisas me faz ter mais amor por esse espaço pq percebo que existem pessoas muito sensíveis... tem gente q realmente n precisa passar pelo percalço da doença para aprender a viver melhor. E isso é maravilhoso...
      Seja sempre muito bem-vinda por aqui!
      Bjooos.

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  8. Olá Rê!!Sabe eu sempre fui muito "certinha", tinha tudo muito planejado na minha vida... e aí eu vi que nem sempre podemos controlar tudo em nossa vida... A dor nos faz amadurecer...mas cultivá-la é prejudicial para própria evolução...

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    1. Cíntia, concordo plenamente com vc... não podemos cultivar a dor, mas aprender com ela é sábio. E, de fato, depois que passamos por tantos "sustos" vamos perdendo essa mania de querer controlar tudo em nossa volta...
      Obrigada pela mensagem.
      Bjoos.

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  9. Oi Renata, você conhece a Mitia do http://umombroamigo.com.br/ ?
    Acho que vcs pensam muito parecido, e ela está passando por um câncer agora. Acompanho as duas com muito carinho.

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    1. Ooii, Vivi! Eu não conhecia o blog dela não, mas já fui lá conferir. Nossa, como a Mitia é forte e sensível ao mesmo tempo. Adorei a dica.
      Obrigada pelo carinho e pelas visitas.
      Bjos.

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